É preciso enfatizar que as obras dos pensadores da antiguidade teriam uma influência decisiva na forma de se pensar os africanos tanto no medieval europeu como no começo da era moderna. Ideias como o calor intenso e insuportável, as influências causadas pelo clima nas características físicas das sociedades e a crença que abaixo do Equador somente criaturas animalescas poderiam sobreviver, teriam uma participação chave nas explicações dos teólogos e geógrafos medievais e nos viajantes do inicio da idade moderna sobre o continente localizado ao sul da Europa.
É certo afirmar que próximo ao ano 1.000 d.C. as referências sobre a África se encontravam completamente tangidas pelo imaginário da cristianidade. A transposição da cosmografia celestial sobre a geografia terrestre, nascida das interpretações cristãs, articulava-se a difusão da teoria camita sobre as origens das populações negro-africanas. Os europeus viam os africanos como demônios, pois foi feita uma associação dos africanos a descendência amaldiçoada de Cam (Bíblia Sagrada). E a outra ideia que ajudou a dinamizar esse conceito foi a convergência imaginária de que a ausência de luz representaria o espaço espiritual de ascendência diabólica por primazia.
Na idade moderna ainda se designava os africanos pela cor da pele. O importante é que apartir do século XV com o desbravamento gradual do atlântico ocorreria um acentuado aumento dos relatos fantásticos acerca do continente africano.
Textos da Idade Média difundiam a imagem de que os seres existentes nas regiões abaixo do equador estariam marcados pelas imperfeições físicas causadas pelas 'infernais' condições climáticas. Essas percepções dos africanos foram também responsáveis por representações fantásticas deles na Idade Moderna.
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